Cada vez mais percebo o quanto tenho ficado próxima de mim. Andei
negligenciando a minha presença, mas isso mudou. Hoje, não só fiz as pazes
comigo, como também aproveitei para traçar novos caminhos e sentimentos que
preciso para a minha vida respirar sentido.
A verdade é que
eu senti a minha falta por tempo demais. Não desperdicei instantes e afetos
mas, sinceramente, deveria ter reservado um pouco das minhas melhores versões
para os dias difíceis. Porque é normal desistir, não querer mais ou não achar
mais atrativa alguma escolha. Eu não sou obrigada a seguir os passos dos
outros. E também não assinei nenhum contrato permitindo que a minha energia
seja sugada por quem pouco ou nada fez para os meus sorrisos.
Acho que mereço
um descanso. Não me vejo como um alguém egoísta. Agora, tenho a maturidade
necessária para vestir intensidades e para tratar como prioridade os planos e
sonhos que acumulei. Quero paz, alguns silêncios e um amor para acompanhar. Mas
não me iludo. Não quero nenhuma dessas coisas se isso custar o meu ímpeto pela
vida. É importante mencionar, a liberdade de deixar os sentimentos comandarem
sempre esteve dentro de mim.
Às vezes acabo
me cobrando muito. Acabo deslizando e deixando a correria e o peso da dúvida
entrarem no coração. Até que me dou conta do óbvio, só eu posso sair dessa
situação. Como? Dedicando cumplicidades e respeitos e pela minha pessoa. Não
existindo apenas para cumprir obrigações e outros tratos diários. Quando tenho
vontade, bebo um excesso de loucura. Viajo, faço uma maratona de filmes, saio
sozinha, fico em casa olhando pro teto, não importa. Procuro achar graça em
coisas comuns e é assim que tento viver.
Então, ao fim de
tudo, tento não esquecer de quem sobrevive todos os dias com o coração na mão e
alma estampada nos olhos, eu. É de mim que preciso cuidar, ansiar e permanecer.
E quer saber? Nunca foi tão bom estar comigo.
Guilherme Moreira Jr/ contioutra.com